Cinco Votos para Obter Poder Espiritual.

Primeiro - Trate Seriamente com o Pecado. Segundo - Não Seja Dono de Coisa Alguma. Terceiro - Nunca se Defenda. Quarto - Nunca Passe Adiante Algo que Prejudique Alguém. Quinto - Nunca Aceite Qualquer Glória. A.W. Tozer

quarta-feira, 27 de junho de 2012

O cristão deve se envolver em política?

Sua pergunta me leva a outra: Qual a nacionalidade do cristão? Vou responder com um versículo, porém usando uma a versão literal de Young, em inglês de Filipenses 3:20:


“For our citizenship is in the heavens, whence also a Saviour we await -- the Lord Jesus Christ”. (“Pois nossa cidadania está nos céus, de onde também aguardamos um Salvador -- o Senhor Jesus Cristo”).


Se o cristão é cidadão do céu, deve ele intervir em assuntos de um “país” que não é seu, o mundo? Nasci no Brasil e, perante a lei, sou considerado cidadão brasileiro. Se vou a outro país, não posso me intrometer na política de lá, ou querer que mudem alguma coisa na economia. Os cidadãos de lá podem muito bem me fazer lembrar que não sou cidadão daquele lugar, portanto lá, usando o ditado popular, “sou o último que fala e o primeiro que apanha”.

No mundo, essa “nação” estrangeira para o cristão, ele é o último que fala e o primeiro que apanha. Sempre foi assim. Antes que você apele para passagens do Antigo Testamento ou até mesmo para João Batista, devo lembrá-lo de que todos eles pertenciam a uma dispensação (modo de Deus tratar com o mundo) muito diferente. O povo de Deus, Israel, efetivamente tinha recebido um lugar neste mundo e devia lutar por ele, fazer valer seus direitos.

Mas e o cristão? Estrangeiro e peregrino neste mundo, que direitos tem ele aqui? Tantos quantos o incrédulo tem no céu, ou seja, nenhum. Quando se intromete em política ou nos negócios deste mundo, quem está com a razão são os incrédulos, que podem dizer a ele o que os homens de Sodoma disseram a Ló:

“Como estrangeiro este indivíduo veio aqui habitar, e quereria ser juiz em tudo?” Gênesis 19:9

O Senhor deixou bem claro que não somos do mundo, como Ele não era. Estamos aqui de passagem e nosso papel é tão somente cumprir com as obrigações que Deus coloca em nossas mãos. Mesmo assim, o Senhor mostrou que nossa passagem por aqui não seria muito fácil:

“Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.” João 17:14-18

Você encontra o Senhor querendo derrubar o governo invasor dos romanos? Não. Você encontra os discípulos e apóstolos se rebelando contra Roma ou indo fazer passeatas nas ruas de Jerusalém para tornar o cristianismo uma religião oficial? Não. Será que aqueles que eram convertidos, mas já faziam parte da família real de Roma (parece que há alguns citados na carta de Paulo aos Romanos), estariam tentando obrigar Nero a incluir nas moedas da época a inscrição "Cremos em Deus" ou lutando para o senado romano reconhecer uma "bancada evangélica" entre eles? Não.

Mas alguém poderá argumentar que, se os cristãos não protestarem contra as injustiças deste mundo e lutarem contra elas, poderão ser culpados de omissão. Deixe-me dar um exemplo. Esta semana recebi um e-mail de alguém que procura mobilizar os cristãos contra uma lei que estaria sendo votada no Congresso para transformar a homofobia em crime. Eu concordo que seja crime perseguir seres humanos por suas opiniões e preferências pessoais sobre qualquer assunto.

Segundo o e-mail, se aprovada, essa lei acabaria poderia criar um clima de caça às bruxas, transformando em criminosos até mesmo pais cristãos que procuram ensinar seus filhos de que, na Bíblia, Deus condena o homossexualismo. (para saber o que penso sobre o assunto, e entender como Deus pode condenar o homossexualismo e amar o homossexual, leia mais aqui).

Se isso vai acontecer ou não, eu não imagino, mas se fosse para os cristãos lutarem e protestarem contra alguma coisa, por que não começar indo à Arábia Saudita para protestar contra o governo de lá que proíbe que o evangelho seja pregado? O mesmo poderia ser dito de todos os países com governos islâmicos radicais. Sabe por que não vou lá fazer isso? Porque não tenho nada que me intrometer nos assuntos daquele país, pois não sou cidadão de lá.

Se estiver passando por lá, devo seguir as leis do lugar naquilo que elas não entrarem em conflito com a Palavra de Deus, o que significa que correrei o risco de ser preso se surgir a oportunidade de testemunhar de Cristo a alguém. Mas, obviamente, vou andar “prudente como as serpentes e inofensivo como as pombas”. Mateus 10:16.

Se tiver que pregar a algum muçulmano, vou tomar os devidos cuidados. Não posso deixar de fazê-lo, se for esta a vontade de Deus, mas não vou tentar fazer isso dentro de uma mesquita. Se me reunir com outros cristãos de lá, não vou fazer isso em praça pública, mas em alguma “catacumba” do lugar, como faziam os cristãos de Roma quando falar de Cristo era proibido por lá. Conheço cristãos em um país muçulmando que, quando querem se reunir, alugam um barco e vão para o meio do Rio Nilo, onde ninguém pode ver ou ouvir o que estão fazendo.

Usarei de todas as formas que puder para obedecer a Deus, mas não procurarei me infiltrar no governo do lugar para tentar mudar suas leis, ou tentar que os incrédulos se submetam àquilo que Deus diz em Sua Palavra e adotem práticas cristãs para um mundo cujo príncipe rema em sentido oposto. O cristãos de Roma fizeram isso e você viu no que deu.

O cristianismo casou-se com o estado e deu à luz a cristandade, essa vergonhosa caricatura do que foi a igreja de Deus no princípio. Essa intromissão dos cristãos no mundo gerou aquela que é mostrada em Apocalipse como uma mulher montada sobre a besta, que revela-se como prostituta e acaba sendo devorada pela própria besta que pensava controlar.

Por: Mario Persona

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